Nem todos os desejos serão atendidos

Já repararam como desde crianças queremos que os nossos desejos sejam atendidos de imediato? E quem já não sonhou acordado com o gênio com a lâmpada maravilhosa a nos satisfazer os desejos? Quantos adultos vivem sonhando em ganhar na Mega-Sena, acreditando que todos os seus problemas acabariam se isso acontecesse?

Onde quero chegar? Exatamente onde muitos de nós ainda estão: na ilusão de que seus desejos sejam atendidos num passe de mágica. Entretanto o que muitos não sabem ou aceitam é que tudo, absolutamente tudo o que temos, é conquistado por nós mesmos, de uma forma ou de outra. A nossa conduta e o nosso empenho determinam o que obteremos.

Infelizmente, muitas pessoas não gostam de ouvir essa afirmativa, por não suportar o peso da responsabilidade. A vida cobra de cada um o que pode e deve fazer para a evolução individual e global. No entanto, preferem acreditar que nada depende delas, e sim, quase sempre, de outras pessoas. Desejam, mas não se sentem responsáveis por conseguir. Exigem, mas não colaboraram minimamente, colocando nos ombros alheios a incumbência de lhes atender às necessidades.

Enquanto somos crianças, esse comportamento é aceitável, porém é esperado que, à medida que amadurecemos e passamos pelo processo de educação, aprendamos que nem tudo o que se deseja é o melhor para nós, assim como que para conquistar o que desejamos é preciso merecer.

Vale lembrar que merecimento é um caminho com dois sentidos, o de ida e o de volta, ou dar para receber; essa é a premissa. Em alguns casos, o trabalho conjunto é determinante para o alcance de algum resultado que pretendemos, e não nos é lícito deixar de fazer a nossa parte, de colocar o nosso esforço no empreendimento que almejamos. Por exemplo, uma família depende da dedicação de todos seus componentes para que ela prospere. Não dá para ficar eternamente à espera de um milagre ou de ganhar na loteria para conseguir concretizar algum objetivo.

Outro dia li uma mensagem subscrita por Horace Otis que demonstra bem o que estamos falando. Escreve o autor:

“Estava eu olhando o velho João, entretido em varrer as folhas secas do jardim. A área era grande, e o velho caprichava em não deixar nenhuma folha no gramado.

– João – disse eu sorrindo –, que maravilha se você pudesse, só a um desejo seu, ver todas estas folhas, de repente, empilhadas num monte!

– E posso mesmo – disse o velho prontamente.

– Se você pode, vamos ver! – Desafiei.

– Folhas! Juntem-se todas! – Disse o velho, numa voz de comando. E lá continuou limpando a relva até que as folhas ficaram juntas num só monte.

– Viu? – Disse-me, sorrindo. – É este o melhor meio de vermos realizados os nossos desejos. Trabalhar, persistentemente, para que aquilo que queremos seja feito.”

Se queremos algo, se queremos resolver uma situação. Não importa qual seja o objetivo almejado, a chave é o trabalho persistente, com a fé de que conseguiremos.

Não percamos tempo com grandes teorias e com questionamentos infrutíferos. Lembremo-nos: fé e trabalho